A exposição René Magritte “La trahison des images” (a traição da imagens) começou em setembro e já é sucesso de público. A mostra promete ser uma das mais visitadas e comentadas da temporada.
Como uma imagem pode ser enganosa – esse é o centro do debate do artista belga Magritte, considerado o gênio do Surrealismo. Mais que pintor, Magritte é um grande dominador das palavras e um filόsofo nato. Magritte não procura a confrontar arbitrariamente as palavras e as imagens, mas a resolver uma equação complexa entre a ideia e sua representação. Suas figuras realistas são assim reproduzidas em quadros cujos temas são insόlitos, intrigantes e inigmáticos, envolvendo mistério e fantasia.
O Centro Pompidou reune suas obras-primas em uma retrospectiva que nos mostra que as fronteiras entre a pintura e a poesia são mais estreitas do que parecem. Da alegoria da caverna de Platão a curtinas em trompe-l’œil, realizadas no estilo de um Vermmer ou de um Rembrandt, passando por sua « fase Renoir », bastante colorida, esta exposição decripta mensagens codificadas na pintura de Magritte.
Toda a obra de Magritte explora o tema do jogo entre as palavras e as imagens, praticando o que é denominado hoje « pintura-palavra ».
Ceci n’est pas une pipe. Isto não é um cachimbo.
Trata-se da representação de um cachimbo e não um cachimbo em si. Mas, o que também não é um cachimbo nesse quadro ? « Ceci », a palavra « Isto ». Magritte explicou que as palavras têm a mesma substância que as imagens ». A palavra « Isto » poderia designar perfeitamente o fundo do quadro. Esse é um dos raros quadros de Magritte cujo tίtulo é facilmente decriptado.
Curiosidade :
Magritte não inventava os tίtulos de seus quadros. Ele geralmente reunia amigos surrealistas os apresentando suas últimas criações para que estes sugerissem o tίtulos das obras. Tίtulos às vezes evidentes, paradoxais ou completamente incompreensίveis.
Magritte afirma que a arte não precisa ser interpretada, precisa ser comentada e ele atingiu seu objetivo pois sua obra enigmática, provoca a curiosidade dos expectadores que podem passar horas diante de seus quadros comentando-os e tentando decifrá-los.
René Magritte “La trahison des images”, no Centro Pompidou – Place Georges Pompidou, 75004 – Paris – Metrô : Hôtel de Ville ou Rambuteau
Até 23 de janeiro de 2017
Todos os dias, exceto às terças-feiras.
Indo aos fins-de-semana, prepare-se para longas filas!
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