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Exposição inédita em Paris desvenda a Franco-Maçonaria

Quantas opiniões diversas a Franco-Maçonaria tem suscitado desde seu aparecimento e organização na Escócia, no século XVII !…

O que é Maçonaria e por que é considerada secreta ? As mulheres podem ou não participar dos ritos ? Quem foram os franceses célebres da Maçonaria ? Os ensinamentos e rituais maçônicos são pouco conhecidos do grande público e sua aura de segredo é uma fonte importante de poder emocional e imaginativo.

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A Bibliothèque Nationale de France – BNP, situada no 13° distrito de Paris, reune mais de 450 peças, originárias de seu importante acervo maçônico e das principais obediências francesas e, também de peças vindas de outros países, durante  uma exposição exceptional sobre a Franco-Maçonaria. A mostra objetiva esclarecer as origens da Franco-Maçonaria, sua implantação na França, seus símbolos e rituais, suas contribuições nos domínios político, religioso, artístico e filosófico ; enfim, as lendas que lhe são atribuídas constituem o circuito desta exposição didática.

 

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As origens da Franco-Maçonaria

A Franco-Maçonaria moderna nasce em pleno século das Luzes, em 1717, em Londres, mas já é uma herança de uma longa evolução permeada de mistério. Tudo começa quando da construção das catedrais, onde os maçons (« pedreiros » em francês) se organizam em confrarias e são dotados de regulamentos e de histórias lendárias (de onde tiram parte de seu simbolismo).

Mais tarde, nos séculos XVI e XVII, na Inglaterra, algumas dessas confrarias se transformam em sociedades de encontros e de intercâmbio, acolhendo membros estrangeiros da arte da construção. Para distinguí-los de seus predecessores, os mesmos são chamados de maçons « aceitos » ou « especulativos », destacando assim o aspecto simbólico do engajamento destes, diferentemente dos maçons chamados « operacionais » aqueles que talham a pedra. Esses últimos formam as primeiras Lojas Maçônicas.

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Iniciação, rituais e simbolos

Desde o século XVIII, a Franco-Maçonaria se apresenta como uma sociedade « iniciática ». A iniciação maçônica é conferida por um ritual, ou seja, uma cerimônia onde o iniciante passa por provas simbólicas para se desfazer do « velho homem » e se tornar um « homem novo ». O candidato à iniciação é tido como que em trevas e ao receber a luz na Maçonaria, recebe a luz do conhecimento, dos mistérios da Ordem, que modificarão sua vida para sempre.

Os símbolos têm um papel central na iniciação. Eles são próprios a cada grau e o ensinamento destes têm como base o esoterismso. No século XX, a noção de iniciação foi objeto de múltiplas abordagens teóricas,  por parte de filósofos e psicólogos.

 

A serviço das novas ideias

Com o fim do Antigo Regime, o Iluminismo mudou os ideais que regiam a sociedade francesa. A igualdade civil e a liberdade religiosa, já inscritas na Loja Maçônica, são introduzidas na Declaração dos direitos do homem e do cidadão, e mais tarde, no Código de Napoleão. Apesar das regressões sentidas no século XIX, esses princípios avançam rapidamente. Desde então, a Maçonaria acompanha, ultrapassa às vezes, e inspira o progresso social. A história explica que, sem abandonar o caráter filosófico e filantrópico, a Franco-Maçonaria francesa (e de outros países de cultura católica) esteja desde então, e até hoje, engajada no debate público e religioso.

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Edição única e original do Código de Napoleão – 1807

Imaginários Maçônicos

Perseguida desde seu início, no século XVIII pela polícia de Luís XV e, depois condenada pelo papa Clemente XII, a Franco-Maçonaria nutre há três séculos um imaginário hostil que deu origem a « legenda negra ». Ao mesmo tempo, ela não cessa de irrigar regularmante um imaginário artístico, notadamente poético e literário, mais leve e iluminado, de Mozart a Hugo Pratt, artista italiano, cuja obra era permeada de mistério e esoterismo.

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Urna de votação – século XIX

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Três definições importantes na Maçonaria

Ritual : Os rituais maçônicos são  cerimônias fixadas pela Franco-Maçonaria desde os séculos XVII e XVIII e ainda praticados até hoje. O ritual serve principalmente a marcar a passagem de um membro – ou a « recepção » de um candidato – para um grau superior. A cada mudança de grau, diferentes simbolos são apresentados ao candidato levando-o a certas reflexões para a mudança de vida. Além de transmitir ensinamentos, os rituais levam os membros a viverem uma verdadeira experiência.

Loja : não é um local físico, mas sim, a própria organização onde os maçons se reúnem para trabalhar e evoluir em seus graus. Cada Loja é composta por: Venerável Mestre, 1° Vigilante, 2º Vigilante, Orador, Secretário, Mestre de Cerimônias, Tesoureiro e Guarda do Templo.

Obediência: é a federação que regrupa, a nível nacional, um conjunto de Lojas Maçônicas conhecidas geralmente pelos nomes de : « Grande Oriente » ou « Grande Loja », acrescida do nome do país onde é exercida sua autoridade : « Grande Loja Unida da Inglaterra », « Grande Loja da França », « Grande Oriente da França », « Grande Oriente da Bélgica … ». Cada obediência maçônica regrupa francos-maçons em torno de um estatuto específico que os distingue dos outros. Uma obediência regrupa várias Lojas podendo praticar diferentes rituais.

A exposição é muito bem estruturada e leva o visitante (mesmo leigo em Maçonaria) a ter uma ideia clara desse tema tão complexo.

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Onde : A Bibliothèque François Mitterrand fica no 13° distrito, Quai François Mauriac – Metrô : linha 14 – Estação Bibliothèque François Miterrand.

A exposição La Franc-Maçonnerie, vai até dia 24 de julho de 2016 – Na Galerie 2

Abertura : de terça-feira a sábado, das 10h às 19h. Aos domingos, das 13h0 às 18h. Attention ! Fechada às segundas-feiras e feriados.

 

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Post escrito por:
Edis Lima

Edis Lima

Guia Cultural e Life Coach credenciada na França. Fundadora e Diretora da Bem in Paris, apaixonada por compartilhar sobre arte e cultura francesa.
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