Caillebotte, pintor e jardineiro
Nascido em 1848 em Paris, Caillebotte é célebre pela evocação dos bairros Haussmanianos, mas ele compartilhou sua vida – e sua obra – entre a capital e suas áreas de lazer. É no campo, na propriedade da família situada em Yerres, no sudeste de Paris, que ele adquire o gosto pela natureza e pinta seus primeiros estudos ao ar livre. Mais tarde, ele adquire a propriedade de Petit Gennevilliers localizada nas margens do Sena, na frente de Argenteuil, onde Monet trabalhou antes dele. Quando ela se torna sua residência principal em 1887, Caillebotte a amplia, faz construir um atelier, uma estufa e cria um jardim com uma grande variedade de flores.
A Paris de Haussmann, um universo mineral
Gustave Caillebotte frequentou o atelier do retratista Léon Bonnat em Paris antes de ser admitido na Escola de Belas Artes e, em seguida, viajar para a Itália em 1872. Precedidas por um conjunto de desenhos e estudos de pinturas, suas primeiras primeiras composições, Les peintres en bâtiment (os pintores de obras – 1877, coleção particular) ou Raboteurs de parquet (Os raspadores de assoalho – 1875, Museu d’Orsay), mostra sua sólida formação artística. A escolha de Caillebotte em descrever o universo do trabalhador, sem a miserabilidade, já o situa entre os proponentes da Nova Pintura, unidos para representar a vida moderna.
O artista assistiu de perto as transformações de Paris durante o Segundo Império. Nascido na rue du Faubourg Saint-Denis, uma artéria no coração das grandes obras, ele não tem nem vinte anos de idade quando sua família se muda para a rua Miromesnil entre a Opéra e a Place de l’Etoile, no distrito onde surgem os mais elegantes edifícios da Paris Haussmaniana. Suas primeiras obras retratam a nova cidade e seus habitantes, uma sociedade em plena evolução, onde trabalhadores vestidos de aventais se cruzam com grandes burgueses usando cartolas. Em 1875, Caillebotte coleciona pinturas de artistas impressionistas e organiza exposições. No entanto, ao contrário de seus amigos, quando pinta Paris, ele não evoca nem as margens do Sena, nem as avenidas movimentadas. Ele descreve uma nova cidade, suave, muitas vezes vista do alto. Uma harmonia de cinza domina estas obras onde apenas as folhagens das árvores delgadas trazem um toque de cor.
O lazer em Yerres, no sudeste de Paris, as margens do rio Sena e paisagens da Normandia estão muito presentes na obra de Caillebotte.
O Museu dos Impressionistas oferece, ao lado de suas exposições temporárias, uma exibição articulada em torno da influência da arte de Claude Monet, sobre seus contemporâneos e as gerações que se seguiram.
Esta coleção presta homenagem a uma das maiores figuras da história da arte francesa enfatizando o seu impacto na França e no estrangeiro, de Sisley à colônia de artistas americanos em Giverny, de Maurice Denis ao pintor japonês Hiramatsu Reiji.
A visita do Museu dos Impressionistas pode complementar a visita da Casa e os Jardins de Monet, que ficam na mesma rua do museu, em Giverny (post no Blog, nesse link).
A exposição Caillebotte, pintor e jardineiro fica no Museu do Impressionistas até o dia 3 de julho de 2016. Quem perder essa exposição excepcional que reúne obras-primas vindas de coleções privadas diversas, pode apreciar Caillebotte, em Paris, no Museu d’Orsay e no Museu Marmottan-Monet (post no Blog, nesse link).