Origem do simbolismo
O simbolismo surge no final do século XIX, reunindo pintores, escultores, escritores e músicos. Eles querem traduzir o irracional, seus desejos conscientes e inconscientes. Enquanto a revolução industrial promove a ciência, a matéria, o realismo e a razão, o simbolismo exalta o imaginário, os sonhos, os fenômenos sobrenaturais, o misticismo e as grandes figuras mitológicas.
Lego ao Estado, minha casa situada no n° 14, rue de La Rochefoucauld, com tudo o que nela contém : pinturas, desenhos, esboços, etc., um trabalho de cinquenta anos, bem como a própria residência, os antigos apartamentos outrora ocupados pelo meu pai e minha mãe […] à condição expressa de que o Estado preserve por mais tempo possível – esse seria o meu mais profundo desejo – esta coleção, conservando o caráter original do conjunto da obra, que permite constatar todo o trabalho e esforço do artista ao longo de sua vida. Trecho do Testamento de Gustave Moreau, 10 de setembro de 1897.
Gustave Moreau : um místico em plena Paris
O pintor francês Gustave Moreau (1826-1898), começou como pintor realista. Posteriormente, sob a influência dos impressionistas e pré-rafaelitas, evoluiu para uma pintura mais romântica e espiritual, que lhe permitiu entrar nas fileiras do simbolismo, junto com Munch, Ensor, Puvis de Chavannes, Odilon Redon, Lucien Lévy-Dhurmer. Alguns historiadores de arte preferem se referir a eles como pós-impressionistas.
Gustave Moreau pregava que a inspiração nunca seria encontrada no objeto a ser pintado, pois ela seria única e exclusiva do pintor, ou seja, a obra seria executada a partir do que foi sentido por ele.
Os temas favoritos de Moreau eram as cenas bíblicas, principalmente a história de Salomé, bastante explorado no final do século XIX, e as obras literárias clássicas.
Mestre da cor, soube representar mulheres de uma beleza rara com traços de anjo e pele aveludada, cobertas apenas por ousadas transparências. A luz foi utilizada por Moreau para obter essa atmosfera ao mesmo tempo mística e mágica, que caracterizou a pintura simbolista.
Gustave Moreau : o artista e seu museu
O museu nacional Gustave Moreau foi primeiramente, desde 1852, a residência familiar do artista. Após a morte de seu pai, de sua mãe e de sua amiga íntima Alexandrine Dureux, Gustave Moreau contrata o arquiteto Albert Lafo, em 1895, para transformar em museu, a residência que também lhe serviu de ateliê.
Os apartamentos do primeiro andar foram transformados em um pequeno museu de valor sentimental onde são expostos retratos de família e obras oferecidas por seus amigos artistas, Théodore Chassériau, Eugène Fromentinou Edgar Degas. Os segundo e terceiro andares foram transformados em grandes ateliês ligados por uma escada helicoidal (em caracol). Nesses dois andares estão expostas centenas de pinturas e aquarelas, bem como, desenhos. O museu nacional Gustave Moreau abre suas portas em 1903.
Arquitetura do século XIX
A principal intervenção na estrutura da casa, realizada pelo arquiteto Albert Lafon (1860-1935) foi a instalação dessa escada helicoidal (em caracol), uma das grandes atrações do museu.
O Unicórnio : obra-prima de Gustave Moreau
A representação do unicórnio é recorrente nas artes medievais e renascentistas. O unicórnio, assim como outros animais fantásticos, não possui significado único e está em geral, relacionado a pureza.
Moreau acreditava que os símbolos medievais podiam ser utilizados para espiritualizar a pintura contemporânea e, em várias de suas pinturas copiou partes de tapeçarias e ilustrações de manuscritos antigos, fruto de suas pesquisas em museus como o Museu Cluny, museu da idade média, que conserva o excepcional clico de tapeçarias medievais “A Dama e o Unicórnio”, datadas do século XV.
Museu Gustave Moreau – 14, rue de La Rochefoucauld – Paris 9ème – Pigalle
MUSEUS DE PARIS : DIRETO DA CAPITAL FRANCESA
Os museus de Paris conservam coleções das mais antigas e relevantes do mundo, que cobrem todo o período da história da arte, da pré-história à arte contemporânea. Uma verdadeira fonte de conhecimento sobre a evolução das civilizações através das artes.
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